segunda-feira, 16 de março de 2009

Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. Lc 4, 24-30

De acordo com o seu costume, Jesus vai à sinagoga para a oração e para ler as Escrituras e comentá-las para o povo. Seus concidadãos o ouvem com atenção, pois já tinham ouvido falar dos milagres realizados em outras cidades. Mas o que pode limitar a graça e o poder de Deus em nossa vida impedindo de transformá-la? Indiferença e a falta de fé. Os profetas confrontam o povo de Deus com sua indiferença e descrença. A graça de Deus e sua misericórdia são oferecidas livremente aos que o buscam de coração sincero, com fé. Aos seus concidadãos, há primeiramente a aplicação a si mesmo das palavras lidas a partir do profeta Isaías. Ele me ungiu, Cristo, ele me enviou, Enviado, títulos que Jesus se dá, sobretudo no Evangelho de s. João. Toda sua ação redentora é “sob o impulso do Espírito”, pois Ele prega e faz milagres “no Poder do Espírito”. Aliás, no v.18 nós lemos: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos cativos e aos oprimidos, a liberdade; aos cegos a luz, aos pobres o Evangelho”. S. Cirilo de Jerusalém (386) nos diz que “Cristo, com efeito, não foi ungido pelos homens, nem sua unção se fez com óleo ou ungüento material, mas foi o Pai quem o ungiu ao constituí-lo Salvador do mundo, e sua unção foi o Espírito Santo”. “Enviou-me para ...”, não se trata propriamente de bens materiais, embora o cego recupere a vista, mas do acesso à verdade evangélica que liberta e ilumina. Por conseguinte, Jesus veio principalmente para nos curar de toda cegueira e escravidão espirituais por força do Evangelho, isto é, pelo que Ele é, por Ele mesmo, Anúncio e Manifestação do Amor de Deus para conosco. E os seus concidadãos não o acolhem. As palavras de admoestação ditas por Jesus suscitam a hostilidade de seu próprio povo. O Evangelho da salvação é a “boa-nova” para nós hoje. Entre a preparação do Antigo Testamento e os tempos da Igreja, o Evangelho é o tempo do Cristo, tempo primordial de “naquele tempo”, eternamente atual e atualizável, para sempre. Fica a pergunta: Temos o coração aberto para o Senhor, para o Evangelho? Ele é a Verdade que liberta e ilumina. Que a luz de Cristo ilumine nosso querer. “Senhor, ensinai-me a amar vossos caminhos para que eu possa renunciar com disposição pronta os pecados e dos males em minha vida. Que eu siga vosso querer”
Fonte: Bispo Dom Fernando

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